O mercado imobiliário de locação residencial no Brasil experimentou um aumento substancial no primeiro semestre de 2024. De acordo com dados do Índice FipeZap, que analisa preços em 25 cidades, o valor médio do aluguel subiu 8,02% nesse período.
Esse aumento é quase oito vezes maior do que a variação do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que foi de apenas 1,10% nos primeiros seis meses do ano, e é amplamente utilizado como referência para reajustes de aluguel.
Capitais com maiores aumentos
As capitais que registraram os maiores aumentos de aluguel foram:
- Brasília: 13,93%
- Salvador: 13,52%
- Curitiba: 11,10%
Porém, a cidade que liderou o ranking foi Campinas, no interior de São Paulo, com uma alta de 14,25% de janeiro a junho. A capital paulista teve um aumento de 6,53%, ficando em 17º lugar no ranking das cidades com maiores altas.
Imóveis de um dormitório em alta
Os imóveis de um dormitório foram os que mais se destacaram, com uma alta média de 9,57% no aluguel, refletindo uma forte demanda por esse tipo de acomodação.
Preço médio do aluguel
O preço médio do metro quadrado para locação no Brasil ficou em R$ 45,92 no primeiro semestre. Imóveis de um dormitório têm o maior preço médio, de R$ 60,26/m², enquanto os de três quartos têm o menor preço médio, de R$ 39,79/m². Entre as capitais, São Paulo registrou o preço mais alto, chegando a R$ 55,01/m².
Fatores contribuintes para a alta
Marcelo Milech, planejador financeiro CFP pela Planejar, explica que o aumento dos preços do aluguel está relacionado ao baixo crescimento do IGP-M nos últimos anos.
Com o índice praticamente estagnado, proprietários estão aproveitando a recuperação recente do mercado para ajustar os valores dos novos contratos.
Rentabilidade para proprietários
A rentabilidade média anual para os proprietários de imóveis foi de 5,94%, com os imóveis de um dormitório apresentando a maior rentabilidade média, de 6,66%.
Santos foi a cidade com maior rentabilidade, com um retorno anual de 8,76%. Entre as capitais, Recife, Salvador e Porto Alegre lideram em retorno anual para os proprietários.
Desafios para inquilinos
Para os inquilinos, o aumento dos preços do aluguel significa um maior desafio para equilibrar as finanças. Marcelo Milech ressalta que o ideal é que as famílias não comprometam mais do que 30% da renda mensal com aluguel e despesas associadas, como IPTU e condomínio.
Dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP) mostram que a maioria dos contratos de aluguel fechados na cidade tem um valor de até R$ 1.800.
Motivos para a alta dos preços
Especialistas atribuem o aumento dos preços à valorização do mercado de locação, escassez de imóveis disponíveis e alto custo dos financiamentos imobiliários, que afasta muitos consumidores da compra e os direciona para o aluguel.
Conclusão
A valorização do aluguel no primeiro semestre de 2024 reflete uma combinação de fatores econômicos, sociais e de mercado. Com a expectativa de estabilidade ou melhoria no mercado de trabalho, é possível que os preços continuem a subir, embora em um ritmo possivelmente mais lento do que o observado no início do ano.
Proprietários e investidores devem considerar esses fatores ao planejar suas estratégias, enquanto inquilinos devem estar atentos às suas finanças para não comprometer excessivamente sua renda com moradia.
Para quem está procurando um imóvel para alugar ou investir, é essencial estar atualizado com as tendências do mercado e considerar fatores como localização, infraestrutura e potencial de valorização para fazer a melhor escolha possível.